José Viana

Do Algarve até ao Minho Na serra, no litoral Os barcos com o linho Com o trigo, o carvão e o sal

Quando eu era rapazote Levei comigo no bote Uma varina atrevida Manobrei e gostei dela E lá me atraquei

No coração da hora triste Havia uma lança em riste Em cada roseira brava Afogado em bizarria O fado já

Olha o coco Olha o coco Olha o coco Não percas o coco Porque o coco é pouco Olha o coco

Foi o rei da Mouraria, chamavam-lhe “o diabrete” Seu nome era Chico Silva, o Chico do Alegrete Viveu, viveu de

Desceu à vala comum uma formosa cigana Nome: Maria Severa; Apelido: Onofriana Morada: no 35 da Rua do Capelão

Sardinheiras nos beirais Uma voz que um fado entoa Craveiros numa janela Isto só há em Lisboa A raça

Mãos sujas do suor, mãos negras do trabalho Penhor da gente humilde, o seu melhor brasão São quem maneja a serra e

O povo de hoje que admira No palco ainda os atores Não viu como eu os valores Por quem a cena suspira

Quer alegres, quer tristonhos Não há nada como os sonhos Que me trazem encantado E que coisa singular A

Maria do Tejo Maria que eu vejo A olhar o mar Teu amor primeiro Foi um marinheiro Que não

É o fado nacional, prò pagode e prò banzé Como este não há nenhum Tudo bate em Portugal ó-la-ri-la, ó-la-ré O